CDH aprova relatório de visita a brasileiros presos na Argentina pelos atos de 8/1

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A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou nesta quarta-feira (11) o relatório da visita dos membros do colegiado aos brasileiros que estão presos na Argentina em razão da invasão e ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. 

Uma missão oficial da comissão, presidida pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), foi à Argentina, entre os dias 11 e 13 de maio, para verificar as condições de brasileiros presos no país. Eles estiveram com cinco brasileiros presos, acusados de envolvimento nos atos de vandalismo. O relatório, conforme os senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Magno Malta (PL-ES) e a própria presidente do colegiado, aponta situações de vulnerabilidade, denúncias de maus-tratos, ausência de assistência médica adequada e risco de extradição em violação ao princípio internacional de não devolução.

De acordo com Damares Alves, o relatório apresenta sugestões e direcionamentos com relação ao atendimento às famílias dos presos que estão na Argentina. 

— O relatório foi elaborado com a Consultoria do Senado e pelos assessores que acompanharam os senadores. Foram à Argentina os senadores Eduardo Girão, Magno Malta e eu estive presente. Tivemos a participação, nas reuniões, de uma instituição internacional que também cuida de direitos humanos. O relatório consta de reuniões com autoridades da Argentina, reuniões com os presos, estivemos em duas reuniões nos presídios, um feminino e outro masculino, cinco presos foram visitados e o relatório traz também a oitava que tivemos com as famílias dos presos. 

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A comitiva visitou o Complexo Penitenciário de Ezeiza, em Buenos Aires, onde estão detidos cinco brasileiros: quatro homens e uma mulher. A missão também incluiu reuniões com autoridades argentinas, advogados de defesa, familiares dos presos e organizações de direitos humanos.

Segundo o relatório, os detentos enfrentam problemas graves de saúde e denunciam falta de o a tratamento médico. Ana Paula de Souza, condenada a 14 anos de prisão, por exemplo, sofre de depressão severa, tem histórico familiar de câncer e aguarda há mais de 30 dias por uma mamografia. Já Rodrigo Ramalho, pai de duas crianças com doença rara, também condenado a 14 anos de reclusão, teve rompimento de ligamento no joelho dentro do presídio e permanece sem cirurgia, relatando dores constantes. Outro preso, Wellington Firmino, tem um pino desalinhado no braço e sente dores permanentes.

A comitiva também ouviu relatos de que os presos foram detidos ao renovar documentos migratórios e que os pedidos de refúgio político estão sendo postergados pela Comissão Nacional para Refugiados da Argentina (Conare), mesmo diante de supostas evidências de perseguição política. 

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“Segundo os advogados presentes, os solicitantes de refúgio enfrentam um ime: se comparecem para renovar o documento provisório de permanência, denominado “precária”, correm o risco de prisão imediata. Por outro lado, se não o fazem, podem ter seus pedidos de refúgio cancelados por inatividade”, relatam os senadores.

Os integrantes da comitiva relataram ainda hostilidade por parte das autoridades prisionais argentinas, que dificultaram o o às unidades e não permitiram a inspeção das celas.

Durante a visita, os parlamentares defenderam que os crimes imputados no Brasil, como tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito, não possuem equivalência legal na Argentina, o que comprometeria a legalidade dos pedidos de extradição. 

Eles solicitaram ao governo argentino o respeito ao princípio do non-refoulement, que impede a deportação de indivíduos sob risco de perseguição política. O relatório destaca ainda que a concessão do refúgio político poderia encerrar os processos de extradição e permitir a libertação dos detentos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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