Perda de fazendas em Paranatinga na Justiça teria levado suspeito mandar matar advogado em MT, diz delegado

Roberto Zampieri, de 57 anos, foi morto em frente ao escritório onde trabalhava, em dezembro do ano ado. O investigado por mandar matar o advogado foi preso nessa segunda-feira (11) e solto no mesmo dia.

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A perda de fazendas na Justiça teria levado Aníbal Manoel Laurindo a mandar matar o advogado Roberto Zampieri, de 57 anos, em Cuiabá, segundo o delegado responsável pela investigação, Nilson Farias. O investigado foi preso nesta segunda-feira (11), após se apresentar na sede da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O crime ocorreu em dezembro do ano ado.

Aníbal foi solto logo após ser ouvido. O advogado de defesa, Wander Bernardes, disse que o homem teve a prisão substituída por medidas cautelares diversas, como a tornozeleira eletrônica.

Sobre a motivação, o delegado informou que foi verificado que existe uma demanda de duas fazendas em Paranatinga, a 411 km de Cuiabá.

“Uma das fazendas pertence ao irmão de Aníbal e já teve um mandado de reintegração de posse, então ele perdeu a posse daquela terra. No momento da execução da sentença, começou a se discutir que a fazenda de Aníbal também pertenceria àquela mesma fatia da decisão. Ele entrou com uma intervenção tentando defender a sua posse, porém, estava prestes a perder também”, disse.

Segundo a Polícia Civil, Roberto Zampieri era apenas o advogado do fazendeiro que pediu a terra de volta.

Roberto Zampieri, de 57 anos, foi assassinado no dia 5 de dezembro de 2023, em Cuiabá — Foto: Reprodução

Roberto Zampieri, de 57 anos, foi assassinado no dia 5 de dezembro de 2023, em Cuiabá — Foto: Reprodução

De acordo com o delegado, o investigado já sabia do mandado de prisão temporária, porém, ele ainda não foi interrogado.

“Os elementos técnicos que já existem são suficientes para o indiciamento, independente de falar ou não. A esposa também é suspeita, existem transações bancárias e elementos que colocam ela diretamente ligada também à essa execução. Ela ou mal ao saber da prisão e, está internada em tratamento. Segundo o advogado de defesa, ela também vai se apresentar”, disse.

Entenda o caso

Advogado é morto a tiros dentro de carro na frente de escritório em MT; vídeo

O advogado Roberto Zampieri foi morto com 10 tiros dentro do próprio carro em frente ao escritório. Uma câmera de segurança registrou o momento do crime. Ele foi surpreendido por um homem de boné, que disparou pelo vidro do ageiro, e fugiu em seguida.

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As equipes de socorro médico foram até o local, mas a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu. O suspeito chegou a ficar cerca de uma hora aguardando a vítima sair do local.

De acordo com o delegado, o atirador utilizou uma caixa revestida com saco plástico para esconder a arma do crime, e que o objeto também pode ter sido usado para abafar o som dos disparos.

Prisões dos acusados

Coronel do Exército Etevaldo Luiz Caçadini é investigado por financiar morte de advogado — Foto: Divulgação

Coronel do Exército Etevaldo Luiz Caçadini é investigado por financiar morte de advogado — Foto: Divulgação

  • Antônio Gomes da Silva – suposto atirador
  • Hedilerson Barbosa – suposto intermediador, auxiliar do atirador e dono da pistola 9mm usada no assassinato
  • Etevaldo Luiz Caçadini – suposto financiador

Segundo a Polícia Civil, eles deverão responder por homicídio duplamente qualificado pela traição, por emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.

Ainda de acordo com a polícia, outro agravante do crime foi o fato de ter sido praticado mediante pagamento ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) denunciou Antonio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas pela morte do advogado.

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Dinâmica do crime

Segundo as investigações, o suposto executor (Antônio Gomes) foi contratado pelo valor de R$ 40 mil. Já o intermediário (Hedilerson Barbosa), despachou uma pistola calibre 9 mm, registrada no próprio nome, para Cuiabá, no dia 5 de dezembro, mesma data do crime.

O encontro entre o intermediador e o executor para entrega da arma ocorreu em um hotel, onde os dois ficaram hospedados na capital mato-grossense, ainda conforme investigações.

Antônio Gomes teria ido até o escritório do advogado um dia antes de cometer o crime. Além disso, ele teria vigiado a vítima por 30 dias antes do assassinato.

O suspeito de atirar contra o advogado foi preso no dia 20 de dezembro, no município de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o delegado, o homem confessou que atirou contra Roberto.

Já o suspeito de ser o intermediário foi preso dois dias depois, também em Belo Horizonte.

Desiste de indiciar empresária

delegado Nilson Farias desistiu de indiciar a empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, que, segundo as investigações era investigada de ter ordenado o assassinato do advogado. O comunicado foi feito pela polícia, após o depoimento do coronel do exército.

Segundo o delegado, não existem provas de que a empresária tenha encomendando o assassinato. Maria Angélica foi presa no dia 20 de dezembro, em Patos de Minas (MG), mas conseguiu liberdade após decisão da Justiça no dia 18 de janeiro.

PORTAL PARANATINGA – G1 MT – Foto – Reprodução

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