O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, disse nesta quinta-feira (23) que estuda a implementação do sistema de e livre no sistema de ônibus do município aos domingos ou no período noturno. De acordo com o prefeito, a decisão sobre a medida será tomada até o fim da próxima semana, para ser incluída na Lei Orçamentária de 2024 da cidade.
“A gente está pensando em iniciar um processo para sentir como é que vai ser o comportamento, se a tarifa zero realmente vai trazer um ganho para a economia, um movimento econômico maior. A ideia é que a gente faça o início dando transporte gratuito para domingo ou para o período noturno. É uma das duas situações que a gente vai colocar”, disse o prefeito.
De acordo com Nunes, a ideia de liberar as catracas aos domingos é a que está sendo mais analisada pela prefeitura. Teria um impacto entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões no orçamento da cidade.
“[Domingo] é um dia que não tem tanta movimentação. Pode trazer o aquecimento da economia, fazer girar a economia. A gente sempre faz tudo pensando na geração de emprego, de renda e no fortalecimento da economia da cidade”, explicou.
Segundo Nunes, o sistema de transporte coletivo da cidade teve um custo aproximado, em 2022, de R$ 10 bilhões – R$ 5 bilhões pagos pelos usuários e R$ 5 bilhões subsidiados pela istração municipal. Ele ressaltou que o sistema tem perdido ageiros nos últimos anos: eram 9 milhões de usuários em 2019; hoje são 7 milhões.
“São mais de 12 mil ônibus, então qualquer movimento desses tem que ser muito bem pensado, muito bem estudado, muito bem planejado. O que eu não vou fazer é tirar dinheiro da habitação, da saúde, para colocar no transporte, a gente tem que fazer ações para que a gente possa ter um avanço nessa questão”, afirmou.
No final do ano ado, a prefeitura de São Paulo pediu um estudo de viabilidade para a adoção do e livre na cidade. O projeto “Tarifa Zero” está sendo desenvolvido pela São Paulo Transporte (SPTrans), empresa pública que faz a gestão do transporte no município, e ainda não foi concluído.
Em junho de 2023, quando as grandes manifestações de 2013, encabeçadas pelo Movimento e Livre (MPL) completaram dez anos, vereadores de São Paulo propam um projeto de lei (PL) para concessão de e livre parcial no município paulista, especialmente para pessoas de baixa renda, inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e desempregados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O PL está em tramitação na Câmara dos Vereadores.
Segundo levantamento do pesquisador em mobilidade livre, Daniel Santini, 87 municípios no Brasil já adotam a tarifa zero plena no transporte coletivo, ou seja, em todos os dias da semana. A maioria deles está em São Paulo, Minas Gerais e no Paraná: são 25 cidades paulistas, 23 mineiras e 11 paranaenses.
Os municípios com maior população que adotaram o e livre universal são Caucaia (CE), 355 mil habitantes; seguida de Maricá (RJ), com 197 mil; Ibirité (MG), 170 mil; São Caetano do Sul (SP), 165 mil; e Paranaguá (PR), 145 mil.
Fonte: EBC GERAL